Muitos perguntam como alcançar bons resultados em corridas ou práticas esportivas somando o esporte com a musculação, já que surgem muitas dúvidas se um treinamento compromete o outro ou não.
Possivelmente nas academias temos
aluno/cliente que tem esse objetivo. Esse é um desafio muito grande para os
profissionais de educação física, pois será necessário manipular de forma
minuciosa as variáveis agudas tanto do treino de força e aeróbio.
Abaixo segue um parecer do artigo
cientifíco: Specifc training effects of concurrent
aerotbic and strength exercises depend on recoveru duration
JULIEN ROBINEAU, NICOLAS BABAULT,
JULIEN PISCIONE, MATHIEU LACOME, AND ANDRE´ X. BIGARD e minhas conclusões após análise do estudo.
INTRODUÇÃO
A melhoria do
desempenho físico é altamente dependente sobre o tipo de treinamento realizado. As respostas fisiológicas ao
treinamento de resistência, que comumente consiste em exercícios de baixa
resistência e alta repetição e envolvem atividades cardiorrespiratória e
muscular.
Em contraste, o
treinamento de força, que inclui alta resistência e exercícios de baixa repetição,
causam hipertrofia de fibras musculares e adaptações neurais que melhoram a produção
de capacidade de força.
Porque muitas
atividades esportivas exigem a execução de alta intensidade esforços que podem
se repetir ao longo do tempo, os atletas podem ser obrigado a treinar tanto
para força e resistência simultaneamente. No entanto, estudos anteriores
mostraram que treinamento de força combinado com exercícios de resistência em
um único programa é conhecido por prejudicar a força e os ganhos de potência em
comparação com o treinamento de força isolado.
Hickson (1980),
foi o primeiro a fornecer evidências de que tal a formação atenua o desenvolvimento
da força, em comparação com o treinamento de resistência sozinho. Numerosos estudos destacaram o impacto dessas
interferências no força dinâmica, velocidade de corrida e torque máximo,
especialmente em velocidades angulares rápidas.
Mesmo assim,
outros resultados conflitantes também foram publicados para que prejuízo no desenvolvimento
de força ou potência em resposta à formação concorrente continua a ser um tema
de debate. A maioria das observações publicadas revela melhorias no consumo de oxigênio
de pico e marcadores de aeróbica capacidade após o treino concorrente (treino
de força X treino cardiorrespiratório).
Uma meta-análise
recente e completa identificou a modalidade, duração e frequência dos exercícios de resistência como principal
fatores que suportam os efeitos interferenciais da resistência treinamento
sobre a melhoria esperada da força e potência em resposta ao treinamento de
resistência. Além disso, influências de vários fatores de treinamento, tais
como: a) intensidade e volume de exercícios de resistência e força, b)
sequenciamento e tempo das sessões de
treinamento concorrentes, e c) o calendário dos períodos de recuperação entre
os exercícios foi anteriormente endereçados para minimizar a interferência.
Por exemplo,
programas de treinamento usando exercícios simultâneos em série (isto é, força sequencial
e exercícios aeróbicos em cada sessão) levam a menores respostas do pico de torque
do joelho extensores e flexores quando os exercícios aeróbicos precedem força
em relação ao oposto. Apesar de concorrente programas de treinamento em que a
força precede a resistência dentro da mesma sessão devem levar a mais
adaptações de força favoráveis.
Outro fator
importante que pode explicar a interferência efeito de programas de treinamento
concorrentes que usam exercícios é a duração do período de recuperação entre
exercícios de força e resistência. Para nosso conhecimento, dados descrevendo o
papel desempenhado pelo atraso na recuperação entre exercícios de resistência e
força em adaptações para protocolos de treinamento são de reposição. Foi
demonstrado que um período de 24 horas recuperação entre as
sequências de força e resistência leva a melhorias de força máxima mais altas
do que quando ambos os exercícios são realizados durante a mesma sessão de
treinamento .
Portanto, o
objetivo deste estudo foi: a) investigar o impacto do treinamento concorrente
quando a força precede exercícios de resistência sobre os ganhos de força e
capacidade aeróbica e b) determinar se a recuperação entre exercícios de força
e de intensidade elevada, do tipo intervalo influenciaria o efeito de
interferência esperado.
APLICAÇÕES PRÁTICAS
Estes resultados
sugerem que treinadores de força e condicionamento deve evitar o agendamento de 2 qualidades contraditórias (força x resistência), com
menos de 6 horas de recuperação entre eles, enquanto um período de recuperação
de 24 horas entre os exercícios é necessário para obter uma completa resposta
adaptativa neuromuscular e oxidativa ao treinamento concorrente. Em resumo, não
parece ser recomendado programar força e sequências de resistência no mesmo
dia, independentemente da ordem e o atraso entre as sessões. De acordo com o
artigo, é mais eficiente isolar cada tipo de sequência.
Em esportes de
equipe, os treinadores também precisam programar treinamento técnico e tático
específico. Estes podem induzir alta solicitação aeróbica semelhante àquelas mensuradas
após o treinamento tradicional de resistência. Além disso, específico treinamento
esportivo em equipe pode interferir na força desenvolvimento, se eles estão
sempre programados perto de levantamento de peso sequências. Para por exemplo,
poderia ser possível fazer um treinamento técnico sem movimentos intensos perto
de uma seqüência de força. Neste estudo, usamos treinamento intervalado de alta
intensidade que é usado regularmente em esportes coletivos. Outros tipos de
alta intensidade exercícios aeróbicos podem ser realizados regularmente, como
intervalo de sprint e treinamento de sprint repetido.
CONCLUSÕES
Os principais resultados do estudo apontaram que os
incrementos em força, potência e capacidade aeróbia poderiam ser reduzidos
quando o treino de força precede o treino aeróbio. Ainda, esse efeito de
interferência poderia diferir através do tempo de intervalo entre as duas
formas de treino. Ou seja, o efeito de interferência parece ocorrer quando
intervalos curtos foram aplicados. Porém, em algumas variáveis o
intervalo de seis horas também produziu algum efeito corrosivo.
Diante disso, treinamento concorrente sem
recuperação entre as formas, ou com pouca recuperação (seis horas) não parecem
produzir uma otimização de ganhos de força, potência e VO2. Assim, deve-se
aplicar pelo menos seis horas de intervalo entre as formas de treino, enquanto
24 horas de intervalo parece ser necessário para obter uma melhora cardiorrespiratório
e neuromuscular ótima.
Lembrando que o mais importante é saber qual o objetivo do exercício e o por que do treinamento, pois o artigo em si, demonstra para nós que aqueles que desejam ganhar massa muscular e força, terão prejuízo de tempo e esforço se conflitarem os treinamentos sem respeitarem o tempo de recuperação.
Já para aqueles alunos/atletas que utilizam do treinamento de força para os esportes, devem periodizar no seu treinamento, um percentual onde a referência seja a potência muscular, que soma-se a junção da capacidade de resistência e força com a velocidade do movimento. Desta forma, podemos concluir que objetivo segue diferente entre ambos os casos.
Já para aqueles que desejam o emagrecimento o treinamento concomitante é ideal para o aumento do gasto calórico e expansão do EPOC (Consumo Excessivo de Oxigênio Pós Exercício), pois isto influenciaria diretamente, já que, estudos têm sugerido que o exercício de maior intensidade produz EPOC elevado durante mais tempo do que exercícios de intensidades baixas ou moderadas, mesmo quando possuem a mesma duração, devido ao fato do exercício de alta intensidade causar maior stress metabólico, sendo necessário então maior dispêndio de energia para retornar à condição de normal.